Governo aposta em acordos em Saúde, Meio Ambiente e IA na cúpula do Brics; guerras ficam em segundo plano

  • 06/07/2025
(Foto: Reprodução)
COP 30 e cooperação em doenças negligenciadas estão entre os focos da presidência brasileira. Evento reúne chefes de Estado e representantes de países membros. O encontro da Cúpula de Líderes do Brics — grupo formado por 11 países, incluindo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — começa neste domingo (6), no Rio de Janeiro. 🔎O Brics é um fórum político e diplomático de países emergentes, com foco em cooperação econômica, social e tecnológica. Hoje, o bloco conta com 11 países-membros, incluindo novos integrantes como Irã, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. Um dos principais objetivos do grupo é ampliar a influência dos países do Sul Global na governança internacional. Sob a presidência brasileira, os temas prioritários definidos são: Saúde Meio Ambiente Inteligência Artificial (IA) Encontro da Cúpula do Brics mobiliza 31 mil agentes de segurança Apesar da presença de países diretamente envolvidos em conflitos, como Rússia e Irã, temas ligados à guerra na Ucrânia e aos confrontos no Oriente Médio devem ficar fora da agenda oficial. A avaliação do Itamaraty é que essas discussões podem surgir em encontros bilaterais entre chefes de Estado, mas não serão abordadas de modo formal na cúpula. A expectativa do governo brasileiro é de aprovar não só a declaração final dos chefes de Estado como três declarações conjuntas nas áreas prioritárias, resultado de discussões técnicas que vêm ocorrendo ao longo do ano. Segundo fontes do Itamaraty, a meta é dar ênfase a conquistas concretas da presidência brasileira à frente do bloco. Miriam Leitão: Presidente do Irã não vem a reunião dos Brics Meio Ambiente: construção de consenso para a COP 30 Com a presidência da COP 30, prevista para novembro em Belém (PA), o Brasil busca liderar uma agenda climática comum entre os países do Sul Global. A estratégia é construir uma posição unificada no Brics, a fim de fortalecer a articulação internacional na conferência do clima. Ministros do Meio Ambiente dos países do grupo se reuniram em Brasília para discutir ações conjuntas em abril. A expectativa é a divulgação de uma declaração sobre mudanças climáticas e financiamento com foco na meta de limitar o aquecimento global a 1,5ºC. Conferência preparatória da COP30 deixa principais impasses de Belém sem solução; entenda em 5 pontos Belém corre para deixar tudo pronto pra COP30 Saúde: cooperação contra doenças negligenciadas A prioridade brasileira no tema é estabelecer acordos para a erradicação de doenças típicas de países em desenvolvimento e países pobres, como tuberculose, malária, doença de Chagas, leishmaniose e outras. A proposta é elaborar uma estratégia coordenada de combate as chamadas doenças negligenciadas, que afetam principalmente populações vulneráveis. Brasil defende acordos para estratégias combinadas de combate a doenças como a malária. Getty Images/Via BBC Durante reunião ministerial realizada no mês passado, em Brasília, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que esse será um dos legados da presidência brasileira no Brics. "O Brasil vê a saúde como alavanca pra o desenvolvimento sustentável. É sobre garantir o direito à saúde mais do que acesso a espaços e medicamentos, mas também é ter acesso tratamentos, água potável, alimentação saudável” disse Padilha. O governo brasileiro também encara a cooperação em saúde como uma alternativa diante do encerramento das operações da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID) no Brasil, determinado ainda durante o governo Trump. Outro eixo da proposta brasileira é a expansão da Rede de Pesquisa do Brics, com foco no desenvolvimento de vacinas. Inteligência Artificial: governança global e dados como ativos econômicos Outro pilar da presidência brasileira é a discussão sobre o uso ético e regulado da Inteligência Artificial. O governo defende que informações e dados devem ser tratados como ativos econômicos estratégicos, o que exige um modelo de governança internacional. Em reunião preparatória, ministros do Brics criticaram o ressurgimento do protecionismo Tomaz Silva/Agencia Brazil/dpa/picture alliance A proposta brasileira é que o Brics avance na construção de diretrizes comuns para o uso da IA, respeitando a soberania dos países, mas promovendo padrões mínimos de transparência e segurança. Segundo apurou o blog da Andreia Sadi, um dos tópicos que pode figurar na declaração conjunta sobre o tema é uma proposta para que os países sejam pagos pela geração dos dados que alimentam sistemas de inteligência artificial. No Brasil, o debate sobre a regulamentação da IA está atualmente em tramitação no Congresso Nacional. Agenda no Rio de Janeiro A cúpula, que ocorre nestes dias 6 e 7 de julho, vai reunir chefes de Estado, chanceleres e representantes de alto nível dos países-membros. o Governo Federal autoriza o uso das forças armadas no reforço da segurança no rio durante o Brics Mais de 100 reuniões preparatórias foram realizadas entre fevereiro e julho, parte delas por videoconferência e parte presencialmente no Palácio Itamaraty, em Brasília.

FONTE: https://g1.globo.com/politica/noticia/2025/07/06/governo-aposta-em-acordos-em-saude-meio-ambiente-e-ia-na-cupula-do-brics-guerras-ficam-em-segundo-plano.ghtml


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